sexta-feira, 15 de março de 2024

numa quarta

aquele mix espontâneo de um dia qualquer
requer olhar atento para a poesia do cotidiano:
fui atrás do meu sustento que, de verdade, é um doce alento
em seguida mergulho no ritual da provocação mensal da depilação
mudança de visual com um corte (quase) fatal
- cama para que te quero?
- queen, por favor! eu paquero...
aquele alvoroço para o almoço
e na quietude da siesta a atitude de um nude 
(ou dois, ora pois)
de volta à labuta, tô absoluta nessa luta
mais uma carona e enfim em casa
da maratona à plenitude surge outro nude
e pra brindar essa gira
diamba pra caramba e um vinho gelado de uva quente
numa quarta, meio da semana, bacana

domingo, 3 de março de 2024

continua.mente

e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto
+
e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto
+
e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

nada, nada

não vale nada
nenhum centavo?
travo no abraço
e naquela bolinada
suave, porém
obstinada
que na verdade
em plena liberdade
não vale nada
nenhum vintém?
mas contém ironia
no jeito de falar perto
sem beijo, sem réis
sem jeito, sem viés
com muitas rainhas
à tiracolo
não vale nada
nenhuma prata?
no olhar o protocolo
clássico
de um repertório
básico
e a minha vontade lustrada
no seu cordão de miçanga
não vale nada, nada?