quarta-feira, 7 de maio de 2025

o pontapé

uma troca de olhares
os sorrisos, o arrasta-pé
e alguns improvisos
o pontapé inicial
da delícia de esfregarmos
o pé
um no outro
depois do nosso chamego
puro aconchego
de conchinha
no sossego da sua casinha

sexta-feira, 14 de março de 2025

lunática


ela
seminua
sob olhar da lua
que se insinua
contínua
vermelha-dramática
lunática
continua
ela
agora nua
só sua


sexta-feira, 30 de agosto de 2024

ali, ao lado

sem cobrança
mas perdi
toda a esperança
do seu amor sequelado
sua presença
logo ali
ao lado
era mera lembrança
do meu calor velado
daquele beijo mal dado
o abraço encabulado
e nós num contexto
escroto pra caralho
e tanta indiferença
naquela noite
logo ali
ao lado
na sua presença 

domingo, 25 de agosto de 2024

Eustranha









Eustranha
passo o dia de camisola
sem calcinha
quase uma piranha
mas sozinha

Eustranha
baixo a bola
fico sem bússola
que nem uma tola
perdida na minha masmorra

Eustranha
escrevo aleatoriamente
infelizmente sem rumo 
me falta insumo, input
só enrolando fumo, caput

Eustranha
mergulho na entranha
da vida sem magia
sem energia
só na manha

Eustranha
é muito estranho

domingo, 30 de junho de 2024

alada

desabrochar
o meu infinito particular
através dos sentidos
sentidos em sequência 
virabhadra, de virada
na calada
calada
de uma manhã sem sol
só para deixar fluir
o não você em mim
e assim prosseguir
alada

domingo, 12 de maio de 2024

poemas calados

no olhar penetrante
de lado
no abraço quase
apertado
na calada da noite
de lua minguante
e você bem perto
mas sempre distante
poemas calados
em te ver encabulado
no canto
no que há de incerto
e no que foi descoberto
na bolinada vibrante
no beijo (não) dado
na cama vazia
na flor que me trazia
poemas calados
no que não se dizia

sexta-feira, 15 de março de 2024

numa quarta

aquele mix espontâneo de um dia qualquer
requer olhar atento para a poesia do cotidiano:
fui atrás do meu sustento que, de verdade, é um doce alento
em seguida mergulho no ritual da provocação mensal da depilação
mudança de visual com um corte (quase) fatal
- cama para que te quero?
- queen, por favor! eu paquero...
aquele alvoroço para o almoço
e na quietude da siesta a atitude de um nude 
(ou dois, ora pois)
de volta à labuta, tô absoluta nessa luta
mais uma carona e enfim em casa
da maratona à plenitude surge outro nude
e pra brindar essa gira
diamba pra caramba e um vinho gelado de uva quente
numa quarta, meio da semana, bacana

domingo, 3 de março de 2024

continua.mente

e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto
+
e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto
+
e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

nada, nada

não vale nada
nenhum centavo?
travo no abraço
e naquela bolinada
suave, porém
obstinada
que na verdade
em plena liberdade
não vale nada
nenhum vintém?
mas contém ironia
no jeito de falar perto
sem beijo, sem réis
sem jeito, sem viés
com muitas rainhas
à tiracolo
não vale nada
nenhuma prata?
no olhar o protocolo
clássico
de um repertório
básico
e a minha vontade lustrada
no seu cordão de miçanga
não vale nada, nada?

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

diário

escrivinhava o cotidiano
no marasmo das duas da tarde
onde ninguém podia reconhecê-la
decifrava os sinais cifrados
das poesias
dos amores
das saudades
não podia evitar
desentranhar as intenções ocultas
botar a alma pela boca
com variações instantâneas
de tempos em tempos

terça-feira, 31 de outubro de 2023

A pilha

Era uma vez uma jovem coroa que se apaixonou pelo seu vibrador
Eis que numa bela noite quente a pilha acabou

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

en-vol-vida

voltas que a vida dá
vida que dá voltas
que voltas dá a vida
dar vida às voltas
voltas que dá na vida
na vida das voltas
dar de volta na vida
que vida de voltas
a vida às voltas
nas voltas que vida
vida que voltas dá
às voltas de dar na vida
dar nas voltas da vida
dar na vida dá voltas

de volta à vida

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

sonhando acordada

numa festa lotada
esperando não sei o quê
em plena madrugada
do nada
vem você de além mar
me amar
por meia noite
ou meia hora
sonhei aquele sonho
antes só
agora acompanhada
e acordada

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

urbana

diante da poesia
lunática concreta
na rotina caótica
de Copacabana
o corpo anestesia
a alma indiscreta
que vibra erótica
em noite insana

quinta-feira, 20 de julho de 2023

quarta-feira, 12 de julho de 2023

quarta-feira, 14 de junho de 2023

epílogo

em noite qualquer
me quer dechavar
esfarelar a pressa
com delicadeza artística
de flerte que diverte
enrolar-nos nus
na safadeza em seda fina
apertar meu corpo
no seu coliseu
é fogo! que acende
e transborda a vereda
desse epílogo

sábado, 13 de maio de 2023

À deriva

Com o olhar lúcido
E terrível sorriso solar
Vinda de muito antes
Ainda que tardia
Eu não sou para depois