domingo, 30 de junho de 2024

alada

desabrochar
o meu infinito particular
através dos sentidos
sentidos em sequência 
virabhadra, de virada
na calada
calada
de uma manhã sem sol
só para deixar fluir
o não você em mim
e assim prosseguir
alada

domingo, 12 de maio de 2024

poemas calados

no olhar penetrante
de lado
no abraço quase
apertado
na calada da noite
de lua minguante
e você bem perto
mas sempre distante
poemas calados
em te ver encabulado
no canto
no que há de incerto
e no que foi descoberto
na bolinada vibrante
no beijo (não) dado
na cama vazia
na flor que me trazia
poemas calados
no que não se dizia

sexta-feira, 15 de março de 2024

numa quarta

aquele mix espontâneo de um dia qualquer
requer olhar atento para a poesia do cotidiano:
fui atrás do meu sustento que, de verdade, é um doce alento
em seguida mergulho no ritual da provocação mensal da depilação
mudança de visual com um corte (quase) fatal
- cama para que te quero?
- queen, por favor! eu paquero...
aquele alvoroço para o almoço
e na quietude da siesta a atitude de um nude 
(ou dois, ora pois)
de volta à labuta, tô absoluta nessa luta
mais uma carona e enfim em casa
da maratona à plenitude surge outro nude
e pra brindar essa gira
diamba pra caramba e um vinho gelado de uva quente
numa quarta, meio da semana, bacana

domingo, 3 de março de 2024

continua.mente

e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto
+
e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto
+
e outras mais
(por favor)
e mais
e sempre
e tanto

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

nada, nada

não vale nada
nenhum centavo?
travo no abraço
e naquela bolinada
suave, porém
obstinada
que na verdade
em plena liberdade
não vale nada
nenhum vintém?
mas contém ironia
no jeito de falar perto
sem beijo, sem réis
sem jeito, sem viés
com muitas rainhas
à tiracolo
não vale nada
nenhuma prata?
no olhar o protocolo
clássico
de um repertório
básico
e a minha vontade lustrada
no seu cordão de miçanga
não vale nada, nada?

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

diário

escrivinhava o cotidiano
no marasmo das duas da tarde
onde ninguém podia reconhecê-la
decifrava os sinais cifrados
das poesias
dos amores
das saudades
não podia evitar
desentranhar as intenções ocultas
botar a alma pela boca
com variações instantâneas
de tempos em tempos

terça-feira, 31 de outubro de 2023

A pilha

Era uma vez uma jovem coroa que se apaixonou pelo seu vibrador
Eis que numa bela noite quente a pilha acabou

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

en-vol-vida

voltas que a vida dá
vida que dá voltas
que voltas dá a vida
dar vida às voltas
voltas que dá na vida
na vida das voltas
dar de volta na vida
que vida de voltas
a vida às voltas
nas voltas que vida
vida que voltas dá
às voltas de dar na vida
dar nas voltas da vida
dar na vida dá voltas

de volta à vida

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

sonhando acordada

numa festa lotada
esperando não sei o quê
em plena madrugada
do nada
vem você de além mar
me amar
por meia noite
ou meia hora
sonhei aquele sonho
antes só
agora acompanhada
e acordada