quinta-feira, 2 de julho de 2020

obedientes sonhos

as palavras me escondem sem cuidado
abafada, quem dera gritar
da minha mais alta razão:
olha-me de novo
dentro dos olhos

há quanto tempo desejo seu beijo
inaugurando um sonho
pra esse tipo de vontade
sentir-lhe a barba me roçar
coxas, pelos
e sobretudo, guardar aquele cheirinho do cangote
seu coração ainda manda, e a mão obedece
tudo sentir total

depois de uma noite longa e escura
houve loucura em qualquer direção, a qualquer hora
e ver tão fundo
e mais atenta
te olhei. e há um tempo
me iludo, passado presente futuro

agora o sonho acabou

eu nada fiz

obedientes sonhos dos quais podemos acordar e chorar

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