quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Nada mudou

Contrariada, ela fez de tudo para chamar atenção. Pintou e bordou. Deitou e rolou. Magoou. Chorou. Parecia uma criança de três anos. Ainda possessiva, querendo possuir a atenção de todos. Caso típico para ser tratado na terapia, que ela não faz. Foi notada. E isso não a levou a quase nada. Minto, levou-a a uma reflexão um tanto contrangedora: apesar de já ter passado dos trinta, permanecia imatura, era emocionalmente frágil, vulnerável. Bastou um frame para que a matrix lhe fosse revelada; bastou um segundo para notar isso; bastou uma letra. Lavou o rosto, molhado com lágrimas de frustração que escorreram escondidas, respirou fundo, seguiu seu caminho. Ao invés de contrariada, se viu acomodada naquele sentimento de não realização. Não se encontrou. Nada mudou. Acomodou.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Um ano e quatro















Com um ano e quatro

Gaia bate o maior papo!
- Oi papai, tchau mamãe!
- Achôô...
- Pão, banana, mamão
Isso ela fala de montão.
- Chapéu e sapato
Ela adora roupa,
É um barato!
- Vovô, vovó
Com eles é forrobodó!
E a família maluca?
- Nina, Vini, Nana
Quando eles se juntam
A farra é tamanha.
- Tim-tim!
Brindamos à vida constantemente,
É a corrente, é a corrente!
- Chuta, bola
Assim o pai deita e rola!
E quando o telefone toca?
- Alô, bem?
Tudo bem, filha, tudo lindo maravilhoso!
- Mar, sol, lua
Juro que não é falcatrua!
Tantas outras palavras,
Que não dá pra escrever.
A cada dia, vejo minha filha
crescer e aparecer!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Parei!

Parei para pensar,
cansei de duvidar.
Parei!
Parei para viver,
não quero só envelhecer.
Parei!
Parei para sorrir,
a vida vai além do ir e vir.
Parei!
Parei para compor,
só assim consigo me expôr.
Parei!
Parei com o glamour,
se não, vou "mi fu".

sexta-feira, 27 de abril de 2012

oito + um = nove

Nove vidas somadas,
E muitas experiências divididas.
Amores multiplicados por nove.
Mas atenção:
É importante subtrair as distâncias,
Se não, noves fora, zero.
Aí, é desespero e eu destempero.
O que eu quero?
Amigos por perto
Isso é o certo, certo?

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cerrada



















Fechada para balanço
para escorrega, para trepa-trepa.
Fechada para buscar inspiração,
Pois muitas vezes abrir
(seja lá o que for!)
É piração.
Fechada para escolher o que é melhor.
Fechada para proteger o meu melhor.
Em boca fechada não entram moscas
(nem comida!)
Assim as palavras não saem toscas.
(nem distorcidas!)
Fechada a procura da escuridão.
Fechada para conseguir o mínimo de ilumição.
Fechada para coisas a beça.
Tô nessa, sem pressa...
Fechada para balanço
para escorrega, para trepa-trepa.