Bem-te-vi
de azul
ontem voando
na rua, na chuva
na curva de casa
dessa vez sem asa
fiquei em brasa
não me atrevi
me comovi
com o que vi
e não vivi
Impossível não sentir,
pois bem, te vi.
Impossível não sentir,
pois bem, te vi.
Meu corpo
Intimo instrumento
Que cura
E transmite
Vida-morte-vida
A cada ciclo
Bailado por
Mim
Meu corpo
Instinto impregnado
De sensações
Em êxtase oculto
Provo que
Existo e vivo
E sinto tudo
Bem sentido
São tantos Sentidos...
era solstício, lua cheia
acabei presa na teia
de um homem fictício
criado naquele mergulho
madrugada adentro
no universo onírico
.
era verão, noite quente
volta e meia
eu nessa corrente
sim, você é entulho
na minha mente
um desperdício
.
era ontem, inverno frio
recebo seu recado
bem-casado
e hoje percebo que
preciso dar um fim
nesse vício
te encontrei nos achados e perdidos da memória
senti sua playlist, degustei sua foto, toquei sua voz esquecida
e sigo perdida
no espaço-tempo de um instante
numa esquina agora distante
ao me declarar relutante
lembrei do que vivi em teoria
na prática, nadei sem peixes no não (a)amar