terça-feira, 21 de dezembro de 2021

confesso

sem nenhuma testemunha
hoje me confesso em um poema
uso poucas palavras
não é roteiro de cinema

meu segredo está vazando
grita em cenas insanas
que saltam por entre as pernas
mostrando viagens obscenas

de encontros clandestinos
com sentido, mas sem destino
a poucos metros de dar errado
mas dei certo

foram muitas Luas em que (a)guardei
em todos os cantos de Terras
encantos, encaixes, esfregas
de quatro, de lado, por cima de mim

agora um novo passo
pois não há mais verso
preciso de um outro universo
já que esse enredo chegou ao fim

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

me arrumei mais do que de costume

aparei
combinei a melhor calcinha
e a mais confortável
com um perfume
sem roupa de mim
desfrutei facinha
com o desejo inesgotável
de sempre
constatei
uma coisinha

me arrumei mais do que de costume
para

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

domingo, 17 de outubro de 2021

Bem-te-vi


Bem-te-vi
de azul
ontem voando
na rua, na chuva
na curva de casa
dessa vez sem asa
fiquei em brasa
não me atrevi
me comovi
com o que vi
e não vivi

Impossível não sentir,
pois bem, te vi.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

ponto final

me apego lendo
páginas aleatórias
do livro vivido por nós
narrativas que se cruzam
em mais do que um conto
lendas e entrelinhas
nas esquinas das vidas
filhos e algumas rimas

por ora, encerramos essa história
chegamos ao ponto final
.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

inteira


num vasto ciclo
de idas e vindas
dei à luz
a mim mesma
e agora, eu sou eu
de propósito
inteira dentro de mim
precisando apenas daquilo
à que pertenço

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Sentidos




















Meu corpo
Inteiro multilíngue
Registro vivo
Da vida
Vivida
De alma
Lavada
Levada

Meu corpo
Intimo instrumento
Que cura
E transmite
Vida-morte-vida
A cada ciclo
Bailado por
Mim

Meu corpo
Instinto impregnado
De sensações
Em êxtase oculto
Provo que
Existo e vivo
E sinto tudo
Bem sentido

São tantos Sentidos...

sábado, 14 de agosto de 2021

indício de vício

era solstício, lua cheia
acabei presa na teia
de um homem fictício
criado naquele mergulho
madrugada adentro
no universo onírico
.
era verão, noite quente
volta e meia
eu nessa corrente
sim, você é entulho
na minha mente
um desperdício
.
era ontem, inverno frio
recebo seu recado
bem-casado
e hoje percebo que
preciso dar um fim
nesse vício

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Preciso me fixar para me mover













Sem mais
andanças e mudanças
fluidez ou inconstância.
De volta ao Rio
direto para o ninho.
Nova fase, novo lar
novo-velho ar
sem par (ou ímpar)
para deturpar.
Num quarto colorido
pendurei meus quadros:
Delfino, Alexander, Toffanello,
e meu mundo paralelo
em colagens que criei,
os sonhos que não realizei.
Falo e sinto colo
no eterno recorta e cola
- e chora.
Enquadrada na parede
agora me fixei, relaxei.
Aguardando os próximos movies
mentais e mais
movimentos e tais